As Boas Novas Segundo Mateus, 24
1 Quando Jesus estava saindo do templo, seus discípulos se aproximaram para lhe mostrar os edifícios do templo.
2 Em vista disso, ele lhes disse: “Não estão vendo todas estas coisas? Eu lhes digo a verdade: De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.”
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Eu lhes digo a verdade: Veja a nota de estudo em Mt 5:18.
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De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra: A profecia de Jesus se cumpriu de modo impressionante em 70 d.C., quando os exércitos de Roma destruíram Jerusalém e o templo. Eles derrubaram tudo o que havia na cidade, e sobraram apenas algumas partes da muralha.
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3 Enquanto ele estava sentado no monte das Oliveiras, os discípulos se aproximaram dele em particular e disseram: “Diga-nos: Quando acontecerão essas coisas e qual será o sinal da sua presença e do final do sistema de coisas?”
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monte das Oliveiras: Fica ao leste de Jerusalém, do outro lado do vale do Cédron. Por ser um lugar mais alto, dali Jesus e os discípulos “Pedro, Tiago, João e André” (Mr 13:3, 4) podiam ver a cidade e o templo.
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presença: A palavra grega parousía (traduzida em muitas Bíblias como “vinda” ou “volta”) significa literalmente “estar ao lado”. Não se refere simplesmente a vir ou chegar, mas sim a estar presente durante um período de tempo. Esse sentido de parousía é indicado por Mt 24:37-39, que compara “os dias de Noé . . . antes do dilúvio” com “a presença do Filho do Homem”. Paulo também usou essa palavra grega em Fil 2:12 ao fazer um contraste entre sua “presença” e sua “ausência”.
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final: Ou: “conclusão”. Tradução da palavra grega syntéleia, que significa “fim conjunto; fim combinado; término simultâneo”. (Mt 13:39, 40, 49; 28:20; He 9:26) Essa palavra se refere a um período de tempo em que vários eventos aconteceriam juntos, levando ao “fim” completo (em grego, télos) mencionado em Mt 24:6, 14. — Veja as notas de estudo em Mt 24:6, 14 e o Glossário, “Final do sistema de coisas”.
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do sistema de coisas: Ou: “da época”. Aqui, a palavra grega aión se refere a uma situação existente ou a características marcantes de certo período ou época. — Veja o Glossário, “Sistema(s) de coisas”.
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4 Jesus, em resposta, lhes disse: “Cuidado para que ninguém os engane,
5 pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo’, e enganarão a muitos.
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o Cristo: Em grego, ho Khristós, título que equivale a “o Messias” (do hebraico mashíahh). Tanto “Cristo” como “Messias” significam “ungido”. O historiador judeu Josefo escreveu que no século 1 d.C. surgiram homens que afirmavam ser profetas ou libertadores e prometiam acabar com a opressão do Império Romano. Os seguidores desses homens talvez os encarassem como Messias políticos, ou seja, pessoas escolhidas por Deus para trazer liberdade política.
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6 Vocês ouvirão falar de guerras e notícias de guerras. Cuidado para não ficar apavorados, pois essas coisas têm de acontecer, mas ainda não é o fim.
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fim: Ou: “fim completo”. A palavra grega usada aqui (télos) é diferente da palavra syntéleia, usada em Mt 24:3 e traduzida como “final”. — Veja a nota de estudo em Mt 24:3 e o Glossário, “Final do sistema de coisas”.
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7 “Porque nação se levantará contra nação e reino contra reino; haverá falta de alimentos e terremotos num lugar após outro.
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nação: A palavra grega usada aqui, éthnos, é bem abrangente. Ela pode se referir a pessoas que vivem numa região com limites políticos ou geográficos definidos, como um país. Mas também pode se referir a um grupo étnico. — Veja a nota de estudo em Mt 24:14.
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se levantará: Ou: “despertará; será instigada”. A palavra grega usada aqui transmite a ideia de “ir contra com hostilidade” e poderia ser traduzida também como “pegar em armas” ou “ir à guerra”.
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8 Todas essas coisas são um começo das dores de aflição.
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dores de aflição: A palavra grega para “dores de aflição” se refere literalmente às dores bem fortes que a mulher sente quando está em trabalho de parto. Aqui, ela é usada para se referir de modo geral a aflição, dor e sofrimento. Mas essa palavra também pode indicar que, assim como as dores do parto, os problemas e o sofrimento vão aumentar em frequência, intensidade e duração antes da grande tribulação mencionada em Mt 24:21.
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9 “Então as pessoas os entregarão a tribulação e os matarão, e vocês serão odiados por todas as nações, por causa do meu nome.
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por causa do meu nome: Na Bíblia, a palavra “nome” pode se referir à própria pessoa, à sua reputação e a tudo o que ela representa. (Veja a nota de estudo em Mt 6:9.) No caso de Jesus, o nome também envolve a autoridade que ele recebeu de Jeová e a posição que ele ocupa. (Mt 28:18; Fil 2:9, 10; He 1:3, 4) Neste versículo, Jesus explicou que as pessoas odiariam os seus discípulos por causa do que o nome dele representa, ou seja, por causa da posição que ele ocupa como o Rei dos reis, o Governante escolhido por Deus, a quem todas as pessoas devem se sujeitar para ganhar a vida. — Veja a nota de estudo em Jo 15:21.
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10 Então, também, muitos tropeçarão, e trairão uns aos outros, e odiarão uns aos outros.
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tropeçarão: Nas Escrituras Gregas Cristãs, a palavra grega skandalízo se refere a tropeçar em sentido figurado, o que pode incluir pecar ou levar alguém a pecar. De acordo com o uso da palavra na Bíblia, o “tropeço” poderia envolver perder a fé, aceitar ensinamentos falsos ou desobedecer a uma das leis de moral de Deus. Neste versículo, a palavra skandalízo também poderia ser traduzida como “serão levados a pecar; se desviarão da fé”. Ela também pode ser usada com o sentido de “ficar ofendido”. — Veja as notas de estudo em Mt 13:57; 18:7.
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11 Surgirão muitos falsos profetas, que enganarão a muitos;
12 e, por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria esfriará.
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do que é contra a lei: A palavra grega traduzida como ‘o que é contra a lei’ não inclui apenas a ideia de violação das leis, mas também de desprezo por elas; de as pessoas agirem como se não existissem leis. Na Bíblia, ela indica desrespeito pelas leis de Deus. — Mt 7:23; 2Co 6:14; 2Te 2:3-7; 1Jo 3:4.
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da maioria: Não se refere apenas a “muitas” pessoas em geral, como algumas Bíblias traduzem, mas à “maioria” das pessoas influenciadas pelos “falsos profetas” e pelo “que é contra a lei”, como diz Mt 24:11, 12.
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13 Mas quem perseverar até o fim será salvo.
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perseverar: Ou: “persevera”. O verbo grego traduzido como “perseverar” (hypoméno) significa literalmente “permanecer (ficar) embaixo”. Ele muitas vezes é usado no sentido de “ficar em vez de fugir; manter-se firme; permanecer; continuar decidido”. (Mt 10:22; Ro 12:12; He 10:32; Tg 5:11) Neste contexto, “perseverar” significa continuar agindo como discípulos de Cristo apesar de oposição ou dificuldades. — Mt 24:9-12.
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fim: Veja as notas de estudo em Mt 24:6, 14.
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14 E estas boas novas do Reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
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estas boas novas: A palavra grega euaggélion é formada por duas palavras: eu, que significa “bom; bem”, e ággelos, que significa “alguém que traz notícias; alguém que proclama (anuncia)”. (Veja o Glossário.) Em algumas Bíblias em português ela é traduzida como “evangelho”. Uma palavra relacionada, “evangelizador” (em grego, euaggelistés), significa “proclamador de boas novas (boas notícias)”. — At 21:8; notas de rodapé em Ef 4:11 e 2Ti 4:5.
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do Reino: Ou seja, do Reino de Deus. Nas Escrituras Gregas Cristãs, as “boas novas” (veja a nota de estudo em estas boas novas neste versículo) estão diretamente ligadas ao Reino de Deus, que foi o tema da pregação e do ensino de Jesus. — Veja as notas de estudo em Mt 3:2; 4:23; Lu 4:43.
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pregadas: Ou: “proclamadas publicamente”. — Veja a nota de estudo em Mt 3:1.
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toda a terra habitada . . . todas as nações: As duas expressões destacam o alcance do trabalho de pregação. Em sentido amplo, a palavra grega para “terra habitada” (oikouméne) se refere à Terra como o lar da humanidade. (Lu 4:5; At 17:31; Ro 10:18; Ap 12:9; 16:14) Aqui, o foco da palavra está mais nos humanos que vivem na Terra do que no planeta em si. No século 1 d.C., essa palavra também era usada para se referir ao enorme território do Império Romano, por onde os judeus haviam sido espalhados. (Lu 2:1; At 24:5) Já a palavra grega traduzida como “nação” (éthnos), tem o sentido básico de um grupo de pessoas que têm algum tipo de parentesco, próximo ou distante, e que falam o mesmo idioma. As pessoas que formam uma nação ou grupo étnico geralmente moram em um território geográfico definido.
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em testemunho: A palavra grega martýrion (testemunho) e outras palavras gregas relacionadas se referem a relatar fatos e acontecimentos ligados a um determinado assunto. (Veja a nota de estudo em At 1:8.) Jesus estava garantindo que todas as nações teriam a chance de ouvir as boas novas. Ele estava predizendo que seria dado um testemunho mundial sobre os acontecimentos relacionados ao Reino de Deus, incluindo o que o Reino realizaria. Ele indicou que a obra mundial de pregação sobre o Reino seria uma parte importante do “sinal da sua presença”. (Mt 24:3) O fato de Jesus ter dito que todas as nações receberiam esse testemunho significa apenas que elas teriam a chance de ouvir as boas novas, e não que esse testemunho as levaria a se converterem.
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fim: Ou: “fim completo; fim definitivo”. — Veja as notas de estudo em Mt 24:3, 6.
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15 “Portanto, quando vocês virem a coisa repugnante que causa desolação, da qual falou Daniel, o profeta, estar*1 num lugar santo (que o leitor use de discernimento),
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a coisa repugnante que causa desolação: O profeta Daniel predisse uma “desolação” que estaria ligada com uma “coisa repugnante” (Da 11:31; 12:11) ou “coisas repugnantes” (Da 9:27). Aqui neste versículo, Jesus indicou que “a coisa repugnante que causa desolação” ainda estava por vir. Trinta e três anos depois da morte de Jesus, os cristãos presenciaram o primeiro cumprimento dessa profecia quando viram a coisa repugnante estar num lugar santo. O relato paralelo em Lu 21:20 diz: “Quando virem Jerusalém cercada por exércitos acampados, então saibam que está próxima a desolação dela.” Em 66 d.C., exércitos romanos cercaram “a cidade santa”, Jerusalém, que era considerada pelos judeus como um lugar sagrado e era o centro da revolta contra Roma. (Mt 4:5; 27:53) Os cristãos que tinham discernimento reconheceram que o exército romano com suas bandeiras idólatras era “a coisa repugnante” e que esse era o cumprimento do último sinal para ‘fugirem para os montes’. (Mt 24:15, 16; Lu 19:43, 44; 21:20-22) Depois que os cristãos fugiram, os romanos destruíram, não só a cidade de Jerusalém, mas a nação inteira. A cidade foi destruída em 70 d.C., e o último foco de resistência, a fortaleza de Massada, caiu diante dos romanos em 73 d.C. (Compare com Da 9:25-27.) Esse primeiro cumprimento da profecia de Jesus aumenta a confiança de que o cumprimento maior dela também ocorrerá, incluindo a parte final, que fala da vinda de Jesus “nas nuvens do céu, com poder e grande glória”. (Mt 24:30) Apesar de Jesus ter afirmado que a profecia de Daniel se cumpriria depois de seus dias, muitos seguem a tradição judaica e aplicam essa profecia a um acontecimento anterior. Eles dizem que ela se cumpriu quando o rei sírio Antíoco IV (Epifânio) profanou o templo em Jerusalém em 168 a.C. O rei Antíoco tentou eliminar a adoração de Jeová, chegando a construir um altar em cima do grande altar de Jeová, onde sacrificou porcos como oferta ao deus pagão Zeus. (Veja a nota de estudo em Jo 10:22.) O livro apócrifo de 1 Macabeus (1:54) tem uma declaração parecida com a de Daniel, associando coisas repugnantes com desolação, e aplica isso ao que aconteceu em 168 a.C. Mas tanto a tradição judaica como o relato em 1 Macabeus são interpretações humanas e não foram inspiradas por Deus. Aquilo que Antíoco fez, profanando o templo, foi realmente repugnante, mas não resultou na destruição de Jerusalém, do templo ou da nação judaica.
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lugar santo: No primeiro cumprimento dessa profecia, se refere a Jerusalém e ao templo. — Veja a nota de estudo em Mt 4:5.
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(que o leitor use de discernimento): É sempre necessário usar de discernimento ao estudar a Bíblia. Mas, aqui, Jesus parece estar indicando que o discernimento seria ainda mais necessário para perceber o cumprimento dessa parte da profecia de Daniel. Jesus estava alertando seus discípulos de que o cumprimento dela ainda estava no futuro. — Veja a nota de estudo em a coisa repugnante que causa desolação neste versículo.
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16 então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes.
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Judeia: Ou seja, a província romana da Judeia.
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para os montes: De acordo com o historiador Eusébio, que viveu no século 4 d.C., os cristãos da Judeia e de Jerusalém cruzaram o rio Jordão e fugiram para Pela, uma cidade que ficava numa região montanhosa em Decápolis.
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17 O homem que estiver no terraço não desça para tirar da sua casa os bens,
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no terraço: As casas tinham um terraço que podia ser usado para várias coisas, como por exemplo, estocar materiais (Jos 2:6), descansar ou relaxar (2Sa 11:2), dormir (1Sa 9:26) e celebrar as festividades religiosas (Ne 8:16-18). É por isso que a Lei mosaica exigia que os terraços tivessem um parapeito. (De 22:8) Geralmente, os terraços tinham uma escada externa que permitia descer direto para a rua, sem precisar passar por dentro da casa. Isso ajuda a entender o que Jesus estava dizendo: seus discípulos precisariam fugir com a máxima urgência.
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18 e o homem que estiver no campo não volte para apanhar sua capa.
19 Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
20 Persistam em orar para que a sua fuga não ocorra no inverno nem no sábado;
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no inverno: Nessa estação do ano ocorriam chuvas fortes e enchentes, e fazia muito frio. Isso tornava mais difícil viajar e encontrar alimento e abrigo. — Esd 10:9, 13.
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no sábado: Em territórios como a Judeia, as restrições relacionadas com a lei do sábado tornavam mais difícil que uma pessoa viajasse grandes distâncias e transportasse cargas. Além disso, os portões das cidades ficavam fechados durante o sábado. — Veja At 1:12 e o Apêndice B12-A.
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21 pois então haverá grande tribulação, como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem ocorrerá de novo.
22 De fato, se não se abreviassem aqueles dias, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.
23 “Então, se alguém lhes disser: ‘Vejam! Aqui está o Cristo!’ ou: ‘Ali!’, não acreditem.
24 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e milagres a fim de enganar, se possível, até mesmo os escolhidos.
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falsos cristos: Ou: “falsos messias”. A palavra grega pseudókhristos aparece apenas aqui e no relato paralelo de Mr 13:22. Ela se refere a qualquer pessoa que diz ser o Cristo, ou o Messias (lit.: “ungido”), mas na verdade não é.— Veja a nota de estudo em Mt 24:5.
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25 Prestem atenção! Eu os avisei antecipadamente.
26 Portanto, se lhes disserem: ‘Vejam, ele está no deserto!’, não saiam; ou: ‘Vejam, ele está no interior da casa!’,*1 não acreditem.
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Ou: “nos aposentos internos”.
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27 Pois, assim como o relâmpago sai do leste e brilha até o oeste, assim será a presença do Filho do Homem.
28 Onde estiver o cadáver, ali se ajuntarão as águias.
29 “Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados.
30 Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, e todas as tribos da terra então baterão no peito, de pesar, e verão o Filho do Homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória.*1
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Ou, possivelmente: “com grande poder e glória”.
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o sinal do Filho do Homem: Este sinal não é o mesmo que ‘o sinal da presença de Jesus’, mencionado em Mt 24:3. O sinal do Filho do Homem está ligado com a ‘vinda’ de Jesus como Juiz para proferir sentença e executar julgamento durante a grande tribulação. — Veja a nota de estudo em vir neste versículo.
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baterão no peito, de pesar: Ou: “lamentarão”. Nos tempos bíblicos, era costume bater repetidamente no peito para expressar tristeza profunda, culpa ou arrependimento. — Is 32:12; Na 2:7; Lu 23:48.
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verão: O verbo grego traduzido como “ver” pode significar literalmente “ver um objeto; olhar; observar”, mas também pode ser usado como uma metáfora com o sentido de “ver com a mente”, ou seja, “entender; perceber”. — Ef 1:18.
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vir: Esta é a primeira das oito referências feitas à vinda de Jesus nos capítulos 24 e 25 de Mateus. (Mt 24:42, 44, 46; 25:10, 19, 27, 31) Em todas elas, foi usada uma forma do verbo grego érkhomai (vir). Aqui, o verbo tem o sentido de “voltar a atenção para a humanidade” e se refere, mais especificamente, a Jesus “vir” como Juiz para proferir sentença e executar julgamento durante a grande tribulação.
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nas nuvens do céu: As nuvens geralmente dificultam a visão em vez de facilitar, mas os observadores ‘veriam’ em sentido figurado, ou seja, entenderiam o significado dos acontecimentos. — At 1:9.
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31 E ele enviará seus anjos com forte som de trombeta, e eles reunirão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até a outra extremidade deles.
32 “Aprendam desta ilustração sobre a figueira: assim que os ramos novos ficam tenros e brotam folhas, vocês sabem que o verão está próximo.
33 Do mesmo modo, quando virem todas essas coisas, saibam que ele está próximo, às portas.
34 Eu lhes garanto que esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam.
35 Céu e terra passarão, mas as minhas palavras de modo algum passarão.
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Céu e terra passarão: Outros textos bíblicos mostram que o céu e a terra literais vão durar para sempre. (Gên 9:16; Sal 104:5; Ec 1:4) Assim, essas palavras de Jesus podem ser entendidas como uma hipérbole. Ou seja, mesmo se acontecesse o impossível (se o céu e a terra de fato passassem, ou deixassem de existir), ainda assim as palavras dele se cumpririam. (Compare com Mt 5:18.) Mas é bem possível que o céu e a terra mencionados aqui se refiram ao céu e à terra simbólicos, chamados de “o céu anterior e a terra anterior” em Ap 21:1.
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as minhas palavras de modo algum passarão: Ou: “as minhas palavras com certeza não passarão”. Aqui, o texto grego usa junto com o verbo duas palavras que significam “não”, negando de modo enfático a ideia apresentada. Essa construção deixa bem claro que as palavras de Jesus se cumpririam com certeza.
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36 “A respeito daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas somente o Pai.
37 Pois, assim como eram os dias de Noé, assim será a presença do Filho do Homem.
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os dias de Noé: A Bíblia às vezes usa a expressão “os dias de” para se referir à época em que uma determinada pessoa viveu. (Is 1:1; Je 1:2, 3; Lu 17:28) Aqui, Jesus comparou “os dias de Noé” com a presença do Filho do Homem. Ao falar do mesmo assunto em outra ocasião, ele usou a expressão “nos dias do Filho do Homem”. (Lu 17:26) Jesus comparou sua presença com “os dias de Noé”, que duraram anos, e não apenas com o dia em que o Dilúvio começou. Assim, faz sentido acreditar que “a presença [ou, “os dias”] do Filho do Homem” também envolva um período de anos. Mas, da mesma forma que os dias de Noé tiveram um clímax quando chegou o Dilúvio, a “presença” de Jesus (seus “dias”) também terá um clímax quando todos os que não tiverem buscado a salvação forem destruídos. — Veja a nota de estudo em Mt 24:3.
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presença: Veja a nota de estudo em Mt 24:3.
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38 Porque naqueles dias antes do dilúvio as pessoas comiam e bebiam, os homens se casavam e as mulheres eram dadas em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca,
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dilúvio: Ou: “grande inundação; cataclismo”. A palavra grega kataklysmós passa a ideia de uma grande enchente que causa muita destruição. A Bíblia usa essa palavra quando se refere ao Dilúvio dos dias de Noé. — Mt 24:39; Lu 17:27; 2Pe 2:5.
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arca: A palavra grega usada aqui também pode ser traduzida como “baú; caixa” e pode indicar que a arca parecia uma caixa bem grande. A Vulgata usa aqui a palavra latina arca, que tem o mesmo significado e deu origem à palavra portuguesa “arca”.
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39 e não fizeram caso, até que veio o dilúvio e varreu a todos eles; assim será na presença do Filho do Homem.
40 Dois homens estarão então no campo; um será levado e o outro será abandonado.
41 Duas mulheres estarão moendo no moinho manual; uma será levada e a outra será abandonada.
42 Portanto, mantenham-se vigilantes, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor.
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mantenham-se vigilantes: A palavra grega usada aqui tem o sentido básico de “ficar (continuar) acordado”, mas em muitos contextos quer dizer “ficar alerta; estar atento”. Mateus usa essa palavra em Mt 24:43; 25:13 e 26:38, 40, 41. Em Mt 24:44, ele relaciona essa atitude vigilante com a necessidade de estar “prontos”. — Veja a nota de estudo em Mt 26:38.
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43 “Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse em que vigília*1 o ladrão viria, ficaria acordado e não permitiria que sua casa fosse arrombada.
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Ou: “a que hora da noite”.
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44 Por essa razão, vocês também mostrem-se prontos, porque o Filho do Homem vem numa hora que vocês não imaginam.
45 “Quem é realmente o escravo fiel e prudente, a quem o seu senhor encarregou dos seus domésticos, para lhes dar o alimento no tempo apropriado?
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escravo: Em sua ilustração, Jesus usou a palavra “escravo” no singular, mas isso não quer dizer que ele estivesse se referindo a apenas uma pessoa. A Bíblia às vezes usa palavras no singular para se referir a grupos. Um exemplo disso está em Is 43:10, onde Jeová disse à nação de Israel: “Vocês são as minhas testemunhas [plural] . . . sim, meu servo [singular] a quem escolhi.” Em outra ocasião, registrada em Lu 12:42, Jesus fez uma ilustração sobre o mesmo assunto e chamou o escravo de “administrador fiel, o prudente”. — Veja a nota de estudo em Lu 12:42.
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prudente: A palavra grega usada aqui passa a ideia de alguém que tem entendimento e é perspicaz, prevenido, discernidor, sensato, sábio e prático. A mesma palavra grega é usada em Mt 7:24 e 25:2, 4, 8, 9. A Septuaginta usa essa palavra em Gên 41:33, 39 para se referir a José.
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seus domésticos: Ou: “seus servos domésticos”. Refere-se a todos os que trabalham na casa do senhor, ou amo.
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46 Feliz aquele escravo se o seu senhor, quando vier, o encontrar fazendo isso!
47 Digo a verdade a vocês: Ele o encarregará de todos os seus bens.
48 “Mas, se aquele escravo mau disser no coração: ‘Meu senhor está demorando’,
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aquele escravo mau: Neste versículo, Jesus estava, na verdade, dando um alerta para o escravo fiel e prudente, mencionado em Mt 24:45. Ele não estava predizendo ou determinando que existiria um “escravo mau”. Em vez disso, ele estava alertando o escravo fiel sobre o que aconteceria se ele começasse a desenvolver características de um escravo mau. Se aquele escravo fosse infiel, seria punido “com a maior severidade”. — Mt 24:51; veja a nota de estudo em Lu 12:45.
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49 e começar a espancar seus coescravos, e a comer e beber com os beberrões,
50 o senhor daquele escravo virá num dia em que ele não espera e numa hora que ele não sabe;
51 ele o punirá com a maior severidade e lhe designará um lugar entre os hipócritas. Ali é que haverá o seu choro e o ranger dos seus dentes.
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o punirá com a maior severidade: Lit.: “o cortará em dois”. É claro que essa expressão forte não deve ser entendida literalmente. Ela transmite a ideia de um castigo bem severo.
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hipócritas: Veja a nota de estudo em Mt 6:2.
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ranger dos seus dentes: Veja a nota de estudo em Mt 8:12.
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